domingo, 1 de maio de 2016

dezassete de junho, dois mil e doze

Sei bem o que faz sentir a falta de alguém. Eu não quero nada porque sei que a ausência e a distância encarregaram-se de bloquear o poço dos desejos.
Sei bem o quanto me fazes falta. Mas só esporadicamente. Só nos dias maus. Só nos dias muito bons.
Houve um dia, que era noite, em que o cansaço tomou conta de mim. Houve uma noite, ainda de dia, em que eu confrontei o meu maior medo desconhecido e tremi sem saber porquê.
No epílogo da história lá apareceste. Vinhas excepcionalmente bonita, qual encanto tardio. São os mistérios da idade.
Eu confesso que te procurei. Sou culpada por querer mais do que posso ter. Procurei alguém que já não conheço, num sítio inadequado, à hora errada. Procurei aquele teu ar compreensivo para sentir que alguém me entendia.
Que egoísta da minha parte!
Tenho que dizer-te que sinto muito a tua falta. Se lá estivesses quando me senti saturada e triste e deprimida e sabe-se-lá-bem-mais-o-quê teria mudado alguma coisa?
Sim, espero que sim.

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[estamos em maio e eu não quero mais escrever-te. quando penso que ainda tenho de te ver fico aterrorizada. vou inventando justificações para o embate, eu não consigo acreditar em nada, e ainda falta tanto para o final.]

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