não consigo agarrar tudo à minha volta
os meus movimentos são precipitados,
tudo passa por entre estes dedos assustados
e quando tento parar fica a revolta.
há quem aguente a incerteza do futuro
brincando sempre junto ao muro
julgam conseguir avistar ao longe uma estrada
esticam todo o corpo, encostam-se ao cimento gelado
que importa se perdem uma ou outra vida,
quando já descobriram o fim desejado?
há quem domine o jogo de tal maneira
que sabe sempre onde cair,
sem interromper o barulho dos que assistem
sem deixar fugir a doçura nos olhos
com a segurança de quem já aprendeu que ninguém
(mesmo ninguém)
acerta à primeira.
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