quando surges nos meus sonhos (pesadelos...?) a tua imagem é sempre tão nítida. consigo distinguir perfeitamente os contornos da tua face, ver a cor dos teus olhos, examinar cada expressão enquanto falas. nada disto seria estranho se ao estar acordada conseguisse ver-te com a mesma nitidez; mas a imagem que perdura na minha memória não passa de uma névoa, de uma silhueta cada vez mais distante a cada ano que passa.
tenho este estranho costume de não gravar a imagem de quem gosto. tenho sempre esta sensação de surpresa, de ver um rosto pela primeira vez. talvez porque a timidez me impede de fixar o olhar na alma que está perante mim. talvez porque quero lembrar-me de todas as palavras, quero agarrar todas as letras daquilo que dizes e não a tua imagem.
não quero contar os dias para te ver.
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