quarta-feira, 20 de abril de 2016

das coisas que li hoje

não é comum rever-me nas palavras dos outros. é sempre tão difícil escrever o que sinto. eu não sou capaz, não espero que outros descrevam as minhas angústias.
há um certo encanto na diferença abismal que nos separa. há um certo encanto nas diferenças abismais que rompem com a monotonia dos dias.
mas repara, é tanto o que nos separa e, ainda assim, eu imaginei-me a escrever os teus textos. podia ser eu sentada a rabiscar o papel, podia ser eu a repetir essas palavras. pensei nelas tantas vezes, já as escrevi outras tantas.

eu também vou errando. perco-me.
as minhas feridas não sararam. se não tivesses aparecido, o que estaria eu a pensar agora? suponho que estaria a ser consumida pela saudade e pela mágoa. não é assim que tenho vivido?
não posso apoiar-me em ti.
eu já vivi isto, eu já vi esses olhos, já ouvi essas palavras, já escrevi sobre elas. eu sei como é que a história acaba e sei que o que faço é um erro.
desculpa.

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