terça-feira, 21 de julho de 2009

My inner ghost, what am I feeling?

Havia um brilho nos teus olhos e uma palavra amável nos teus lábios. Fui sempre vulnerável à tua energia, à tua presença em mim. Em cada momento, apenas uma acção importava. Apenas um segundo contava, enquanto os restantes segundos me desiludiam, me mostravam o teu ser, sem piedade.
Mas o tempo foi passando e os "restantes segundos" nunca foram importantes.
Foi a cegueira. E a idiotice.
Como pude não ver o que estava a acontecer? Como pude não querer ver?
Quanto mais me afasto, mais próxima quero estar.
Não te quero perto, mas a ausência magoa-me.
As recordações de outros tempos mentem-me. Afirmam que és uma pessoa cheia de qualidades, que és uma pessoa em que, outrora, confiei os meus sentimentos, partilhei o meu dia-a-dia.
Contudo, agora não há o brilho nos olhos nem a palavra amável.
Há o olhar vulgar e o sorriso forçado. Há palavras com segundas intenções, palavras amargas, palavras frias.

Desaparece, mas nunca desapareças.
Abandona o espaço que conquistaste, mas nunca o abandones.

4 comentários:

miguel o gonorreias disse...

oohh morzinho, é muito lindo, mesmo, apesar das circunstancias em que foi escrito!escreves lindamente
amo-te imenso

Filipe G. Ramos disse...

Fazendo crer que desconheço (ou talvez não) as razões fatídicas que ordenaram a escrita deste texto, muito me aprouve lê-lo.

Cada vez mais surpreendes a blogosfera. Pelo menos aqui este cantinho.

Apaixonada(mente) disse...

oh rititi! que bem que escreves! obviamente já sabia desse facto, mas de cada vez que leio algo teu, surpreendes e encantas :) mas um encantamento verdadeiro. e eu sei porque! porque escreves com o coração, sentes o que dizes. e nao se pode comparar a escrita sentida à fingida. a verdadeira ganha aos pontos, predomina, sobresai.

beijinhos ^^

Lénia Aguiar disse...

Um poema um pouco contraditório, mas verdadeiro, que me lembrou os sonetos do Camões e do Petrarca, embora o teu seja em estilo diferente. :)