terça-feira, 27 de março de 2018

do you believe in God?

tenho passado muito tempo a acreditar num mundo de acasos e coincidências que, por vezes, me confunde. a ideia de algo superior arrebata-me e sinto que existem detalhes organizados tão cuidadosamente, que a sorte, por si só, dificilmente explicaria a sequência lógica e afinada que a vida, raras vezes, toma.
não sou uma pessoa religiosa, i.e., não professo nenhuma fé, sou agnóstica, e a minha dúvida expande-se.
conversava hoje sobre o aparecimento de uma pessoa depois do caos profissional,  emocional, que provei. são raras as pessoas calmas, tranquilas, apaziguadoras, genuinamente positivas que atravessam o nosso caminho. é sorte, sim. a pessoa sempre existiu.
no lady bird há um momento final de plenitude e conforto aquando da visita a uma igreja, durante a missa. no primo basílio, grandes agitações emocionais e a subsequente procura de respostas são representadas pela oração na igreja, numa conversa privada entre a pecadora e deus. não sendo católica, não sinto o apelo da igreja, mas o da conversa por vezes sim. na verdade, é a necessidade de mergulharmos para dentro e ouvirmos as nossas próprias respostas. não sei se existe algo, para além de mim, a ouvir. não interessa, importa encontrar a tal zona de conforto e compreensão.
ao ler o silêncio na era do ruído, ganhei este dado interessante sobre como diferentes deuses são apresentados pelo silêncio. é neste silêncio cheio de diálogos e questões - de onde surgem estes acasos, há lógica? tenho sorte? existe explicação para algumas premonições? para o aperto que algumas pessoas nos causam? já as terei conhecido antes? - que me encontro.
no fio da navalha, larry tenta encontrar deus (ou, pelo menos, é essa a hipótese avançada pelo narrador, nas páginas que folheei até agora), empregando diversos meios para alcançar essa descoberta. não pretendo tal coisa, não tenho pressa de descobrir e gosto das surpresas boas que surgem. só me angustia o futuro e as reviravoltas que ainda me esperam.
sei que quem me comove, passa. a passagem destas pessoas é demasiado rápida.


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