quarta-feira, 1 de março de 2017

não sei, março?

na madrugada surgiu um poema. rimava ti com esqueci - eu sei, cliché.
saí de casa. outro poema que ainda era sobre ti. já não sei quais as palavras ditas pela minha vozinha. perdi... perdi os poemas que te dediquei. esqueci-me deles entre os lençóis da cama e as paredes sujas de benfica. prometi-me que traria um caderninho na mala, para apontar estas ideias soltas mas os pássaros existem para voar e quando os aprisionamos perdem a alegria... deixam de cantar, acaba-se a liberdade e a espontaneidade, a loucura de andar à deriva sem ter de haver sentido. perder-se, perdermo-nos. não ter casa, não ter grades, não haver folhas. sair de um só jorro. ser vida a escorrer pelo corpo. é assim que importa escrever, cantar, amar (ou foder, em bom português)...  perdendo.

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