domingo, 21 de agosto de 2016

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não te tenho escrito. não tenho escrito sobre ti. isso, não te tenho escrito. às vezes começo um texto com querida C. mas rapidamente risco. para quê tantas cartas, desde quando é que deixou de fazer sentido, porque é que eu não fui avisada quando o teu nome desapareceu?
não tenho pensado em ti. daqui a um mês terás o dobro da minha idade. não me telefonarás, não falarás comigo, nem sequer me deixarás uma pequena mensagem. é que eu já não te conheço. não te poderei dizer que tenho horror a esta coisa de envelhecer e que deprimo um mês antes.

é tão fácil escrever-te, porque não existes.

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