Um dia fui ter contigo a uma sala. (não havia sala maior que a minha tristeza)
As manhãs em que ia a essa sala, eram frias, eram de Inverno. Inverno que trouxe neve, Inverno que se parecia demasiado comigo.
Lá estavas tu, a lamentar esse Inverno, a chuva, o frio. A metereologia era o teu assunto preferido. Sei bem que não vou falar de nada. Tu não, tu esperas que eu desabafe.
A chuva continua a cair, e o frio que se sente é ainda o mesmo.
E a confiança?
Se eu voltasse atrás, nunca iria a essa sala.
Mas fui.
Tão calada fiquei, que os meus olhos decidiram falar. Pois é, vê como estou, ajuda-me, és a pessoa "da" sala, deste Inverno, deste Inferno.
E eu vou contigo guardar dicionários, eu fico a falar, eu não digo nada, eu questiono, eu faço piadas, tu ris, mas eu não.
Nunca ninguém tinha sido tão querido comigo, nunca ninguém me magoou tanto.
...
Eu também me lembro de tardes. Eram primaveris, eram mais quentes.
Sentada numa mesa, em pé, a andar, a falar, calada, a revirar os olhos, a tremer, a sorrir, e tu...tu a analisares.
Nunca ninguém se tinha preocupado tanto comigo, nunca ninguém me desiludiu tanto.
...
Eu lembro-me de todas as tuas palavras.
Eu lembro-me de quanto me magoou ouvir gosto muito de ti.
Tudo isto, todas estas memórias, por uma simples e estúpida mensagem de Natal.
...
Espero que nunca te lembres de mim,
Rita
(peço desculpa pelo stream of consciousness.)
1 comentário:
está tão bom amor!uau mesmo uau
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